Objetificação

Como o nome sugere, objetificação é o ato de transformar um ser animado* em um ser inanimado**. Esse ato dentro do BDSM requer treino, confiança e entrega (pré requisitos para quaisquer práticas SSC dentro do BDSM). Dentro desse contexto, a sugestão desse treinamento e uso do submisso pode ser inserido ou não, dentro de uma play (sessão), no entanto, em casos de 24/7 ou TPE essa prática vai bem além do ambiente de sessão.

A palavra anima (ânima) ou sua variação animus são originários do latim, e tanto animus como anima podem ser traduzidos por “alma” ou “mente”, dependendo do contexto em que se encontram. A raiz latina animus é cognato em grego de anemos, vento, respiração; e do sânscrito aniti, ele respira. Em italiano e espanhol, a palavra ânima é traduzida como “alma”
** Ou seja, segundo a definição, sem alma

Treinamento / Uso

Respeitando sempre os desígnios do seu Dono, o submisso deve se comportar como uma mesa, uma cadeira, uma estante e ficar ali o tempo que seu Dono lhe mandar. Existe também a objetificação do submisso em brinquedo sexual como por exemplo boneca inflável, tubo masturbador, depósito de sêmen ou até mesmo algo que está ali somente para que se bata nele, como um saco de areia ou um joão bobo, enfim, e pode ou não ser de uso coletivo (quando o Dono faz parte de algum tipo de confraria isso é bem comum).

Dentro de um acordo muito claro, uma entrega muito plena, e regras muito rígidas se inicia o treinamento de objetificação.

A Escolha do Objeto

 

Seja por parte do Dono ou do submisso, o objeto a ser “incorporado” pelo submisso é escolhido através de conversas sobre o seu uso final e de como isso pode ser usado na relação para que todos se aproveitem disso da melhor forma.

O Treinamento

 

De forma gradativa, o Dono vai deixando o submisso numa posição inicial, a fim de fortalecer sua musculatura para aguentar longos períodos naquela posição, bem como trinar sua mente para que esta lhe permita entrar num estado quase meditativo para também aguentar longos períodos ali sem falar, sem respirar “mais pesado” ou sem manifestar nenhuma necessidade fisiológica (salvo quando a escatologia está dentro das práticas acordadas). Então gradativamente, através de punição e/ou reforço positivo o Dono consegue levar, ou elevar, seu submisso até o estágio onde à partir de uma palavra e/ou ação gatilho, ele, o submisso, entre num estágio quase hipnótico (quase, porque não há perda da consciência) abra mão de sua identidade enquanto ser animado e passe a ser apenas um objeto.

Muito é dito sobre esse tipo de prática ser melhor aproveitada numa 24/7 e ainda, melhor usufruída, com resultados mais proveitosos numa TPE.
Eu particularmente discordo disso, visto que já obtive resultados muito satisfatórios vivendo uma D/s onde nos víamos apenas uma vez por semana. Mas o trabalho foi árduo e essa D/s durou muito tempo. Porém, como esse é um grupo que discute e didática das práticas, segue aí a explicação tal qual mencionada e exigida.

 

-Dom Miguel

Dom Miguel

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